Escrito por: Marcelo Fraga
Revisão: Karine Alcântara
Lucas Farias
Lucas Farias
14 anos depois dos acontecimentos relatados nos capítulos anteriores, em uma casa estava dormindo um garoto de 15 anos, em um sono profundo, até ouvir um berro.
- Marcelo, ACORDA! VOCÊ ESTÁ ATRASADO PARA A ESCOLA, FALTAM 5 MINUTOS PARA COMEÇAR A AULA!!!
No mesmo instante, o garoto franzino deu um pulo da cama e se vestiu, parecia que aquilo era já rotina para ele, mas espera um minuto, se entendi bem a mulher que berrou, disse que faltava 5 minutos para começar a aula, mas o garoto morava cerca de 2 horas de ônibus da escola. Mas mesmo assim ele continuou a se vestir numa lerdeza que até eu, o narrador, fiquei entediado de narrar para vocês.
Após se vestir, ele foi para a cozinha onde pegou um pão com queijo e presunto, e comeu. Nesse meio tempo, já haviam passado 4 minutos, o que passava na cabeça desse garoto? Ele não se importava de chegar atrasado à escola? Enfim, isso não é da minha conta, continuarei a relatar esta criatura lerda.
O garoto se despediu da mãe, e ao sair se lembrou de algo que esqueceu em cima da mesa do quarto. Ele voltou para pegar, era uma corrente com uma cruz, muito bonita, que parecia que significava muita coisa para o menino. Colocou-a no pescoço, e pôs dentro da camisa, assim se dirigiu até a porta, e disse:
- Estou indo mãe!
- Bom início de aulas!
-Obrigado.
Nisso, o garoto saiu de casa, mas pelos meus cálculos faltavam menos de 30 segundos para o sinal da escola tocar. Como ele pretendia chegar para a primeira aula?De repente o garoto saiu correndo com uma velocidade, tão rápido que palavras não poderiam descrever, ele ultrapassou carros, metrôs, mobiletes, e quando o sinal da escola estava prestes a tocar, ele chega à frente do colégio, com uma expressão como se nada tivesse acontecido, mas claro, parecia que ele teve todo o cuidado de calcular onde iria parar para ninguém vê-lo.
Ele estava na frente de um dos colégios mais prestigiados do país, o Dedom, onde só entrava alunos cujo QI era denominado acima do normal. Era uma escola de alunos super dotados, com um cérebro de gênio cada um. Somente vestir o uniforme da escola deixava você com uma aparência de mais inteligente, mas o mais estranho era este garoto, ele tinha o estilo mais relaxado, talvez por ter corrido de uma forma sobrenatural, estivesse cansado, embora não seja essa a expressão exata que aparecia no rosto dele, e sim a falta de interesse pela aula.
O garoto se sentou na cadeira do meio, da fileira do meio, onde dava uma vista plena de toda sala, os alunos começaram um a um a entrar na sala, um deles chegou e cumprimentou o garoto:
- Iae Fraga, com sono de novo? Ficou vendo anime a noite toda?
- Ah é você Polaris! Você sabe, não sou muito de dormir cedo.
Nessa hora, entrou outro garoto na sala que sentou próximo aos outros dois garotos, e falou:
- Iae Polaris, como foram suas férias? Este dormindo aí é o Fraga?
Sim, acreditem, ele conseguiu nesses poucos instantes cair no sono...
- Sim Yuri, é ele mesmo, parece que ficou até tarde vendo anime. heheh
- Nem parece nosso primeiro dia do último ano do ginásio, ano que vem vamos para o ensino médio!
- É verdade, temos de estudar para podermos arranjar bons empregos, e poder sair com as garotas. Hahah
- Só você mesmo hein, Polaris!
Neste momento entrou o professor, Yuri pensou em acordar Fraga, mas parecia que não dava mais tempo, pois o professor já havia notado.
- MAL COMEÇOU AS AULAS E VOCÊ JÁ ESTÁ DORMINDO FRAGA?
Ele continuava imóvel, como se o mundo não existisse.
- FRAGA, ACORDE! IREMOS COMEÇAR A AULA!
Nisso, Polaris, vendo a situação, deu um chute no amigo para acordá-lo.
- QUE? - Disse Fraga assustado.
O professor já irritado disse:
- Bom, já que acordou, bela adormecida, que tal começar a fazer o primeiro exercício do livro na lousa para gente, hein?
- Quem? Eu?
- Sim, você. Tem mais alguém dormindo aqui?
- Mas eu não estava dormindo!
- Então estava fazendo o que?
- Descansando...
O professor ainda mais nervoso pegou o garoto pela camisa e o levou até a lousa e lhe deu o livro.
- Mostre-nos o resultado do seu descanso então, senhor Fraga. Resolva o exercício do livro.
- Ok - O garoto aceitou sem protestar.
Após menos de um minuto ele largou o giz. O professor, com um sorriso no rosto, sabendo que o exercício requer um alto nível de inteligência, e que mesmo para os mais treinados, demoraria horas para ser resolvido, já estava dando risadas por dentro, por Fraga não ter conseguido, mas para seu espanto o garoto falou:
- Pronto! Posso me sentar agora?
O professor e toda a sala olharam abismados para lousa, ele não apenas tinha resolvido o exercício da primeira página, mas sim todos do primeiro capítulo.
- O QUE VOCE FEZ? COPIOU ISSO DE ALGUM LUGAR??????
- O que? Isso? Apenas fiz o que o senhor pediu, só não fiz os demais capítulos porque não coube na lousa, mas caso o senhor queira, eu posso dizer as respostas para o senhor.
O professor ficou espantado! Também não é para menos, quem diria um garoto, que estava dormindo, que nem tinha noção de que aula estava, responderia numa velocidade assustadora, todos aqueles exercícios em apenas em alguns segundos.
- O... ok...pode se...sentar.
Com isso, Fraga voltou ao seu lugar e a aula começou, enquanto todos ficavam olhando para ele assustados pois ele tinha acabado de cair no sono novamente...
Acabando a aula o garoto que aparentava ser bem reservado, se levantou e saiu da sala, então veio Polaris e Yuri correndo para falar com ele:
- O que foi aquilo, Fraga? Como você resolveu tão rápido as questões?- Perguntou Polaris.
- Ah, é que... eu tinha já decorado as respostas do primeiro capítulo (era uma desculpa bem tosca, mas foi a única que conseguiu pensar na hora).
- Sabia que era isso, viu Polaris, o safado usou a memória fotográfica dele para fazer aquilo, mesmo ele sendo o melhor da turma, era impossível resolver aquilo tudo sem saber as respostas antes. Heheh. Boa, Fraga!
- Obrigado... (sim, eles acreditaram! ^^)
- O que você vai fazer agora à tarde? - Disse Polaris.
- Não sei, coisas normais, eu acho. Bem vou indo, ando meio ocupado estes dias.
- Ah, que pena só porque iríamos ao cinema com o pessoal da sala, parece que você não se enturma mesmo, hein!
- Não faço questão...
E com essa resposta meio grosseira, ele deu as costas para os dois garotos e saiu andando com a mochila em apenas um lado do ombro.
Já fora do alcance dos demais da escola, ele viu em um beco uma garota sendo assaltada por três bandidos, armados cada um com um revolver e pedaços de canos e madeira.
- Passa a bolsa, gatinha.
- NÃÃÃO!!! ME SOLTEM, SEUS PORCOS ASQUEROSOS!
- Ui, a gatinha é delicada! se você for gentil com a gente, podemos até levar você para nossa casa, para você conhecer, o que acha?
- Nunca! Eu prefiro morrer!
- É uma pena, um rostinho tão bonito, ter de ser desfigurado desse modo, mas você não me dá opções...
Nesse momento Fraga abriu a bolsa, tirou o que seria um uniforme (era uma camiseta azul, com um S grande e com um raio atravessando o mesmo), e tirou as calças, que por baixo estava uma bermuda verde, e por fim tirou uma capa vermelha, com um pequeno remendo, e vestiu-a.
A garota começou a pedir por socorro, mas parecia que nada poderia salvá-la naquele momento. Dois dos bandidos estavam segurando ela, e um, que aparentava ser o líder, se dirigia a ela para pegar a bolsa, e agredi-la, se necessário.
No momento em que ele pegou o cano de aço para bater na garota, ele viu uma capa vermelha na frente, na qual ele acertou. O cano, que era de aço puro, se dobrou ao meio, e os dois bandidos que estavam segurando a garota, agora estavam erguidos no ar, um com cada mão da pessoa de trás da capa, que estava olhando firmemente para os olhos da garota e disse:
- Não se preocupe, não acontecerá nada com você, eu prometo. A propósito, aprecie o espetáculo, porque garanto que será divertido.
Neste momento, o garoto com a capa sorriu, pegou os dois bandidos e jogou cada um para uma parede do beco, ele se virou, olhou para o rosto do cara que tinha acertado as costas dele e disse:
- É, acho que seu turno terminou, agora IT'S MY TURN!!!. ^^
Nisso, o garoto com capa foi indo em direção ao bandido, mas ele, mesmo assustado, pegou o revolver que tinha na cintura e disse:
- Quem você pensa que é, palhaço? Um super-herói, por acaso? Han? Estou armado aqui, rapá. Minha amiguinha se chama três oitão, tá ligado? Se tu não sai, vai levar chumbo quente, moro?
O garoto sorriu, e disse:
- Você chama isso de arma? E ainda pensar que é alguém? Você não tem vergadura moral para falar algo, você está atacando uma garota, que tal um mano a mano aqui, hein? Mas claro, lhe dou uma vantagem: pode usar sua amiguinha ai.
Ele falava com tal simplicidade, que parecia que não tinha noção do que estava acontecendo. Então, o bandido voltando já a si, riu e disse:
- Tá bom, machão, vamos lá, vamos ver do que você é capaz. Mas depois que você morrer, fique sabendo que ela será a próxima!
A garota continuava uma estatua, eu também não posso culpá-la, a mesma não sabia o que estava acontecendo, e nem sabia se sairia viva, mas por algum motivo as palavras que aquele garoto disse anteriormente para ela “não se preocupe, não acontecerá nada com você, eu prometo” a confortaram, e por algum motivo ela recuperou a fé, e acreditou nele.
- Primeiramente, antes de começar o jogo, tenho de fazer algo. - Disse o garoto com a capa. Mas foi tão rápido, que nem o bandido viu, ele pegou a garota e colocou ela em um lugar seguro, para que possíveis acidentes não ocorressem. - Pronto, agora vamos lá!
- Seu engomadinho de merda, irei te furar que nem peneira!
O bandido atirou uma, duas, três vezes no garoto que caiu no chão, então o bandido, com uma risada sinistra, e disse:
- Hahaha, eu lhe disse seu garoto insolente, quem mandou se intrometer onde não é chamado?
Antes que ele continuasse a cantar vitória, o garoto se levantou, e disse:
- Puxa, essa doeu! BRINCADEIRINHA!!!
O bandido espantado começou a se afastar dando tiros sem parar, acabando com todas as suas balas.
- É, acho que está foi sua última, né?
O garoto com a capa pegou o ladrão e lhe deu um soco que fez o mesmo atravessar a parede do beco e voar pela rua, Mas antes que ele caísse no chão, o garoto já tinha o acompanhado e o pegou, arrastando o rosto dele no asfalto.
- Isso foi por você querer desfigurar o rosto daquela linda jovem.
E com mais um soco, ele deixou o bandido inconsciente. Carregando o bandido no ombro, e indo para o beco para pegar os outros dois que estavam também inconscientes, um em cada mão, ele se preparava para partir, quando ouviu alguém falando algo:
- Quem é você? - Era a garota que estava sendo assaltada no beco.
- Porque quer saber quem eu sou? - Disse ele virando apenas o rosto para trás.
- Para saber para quem eu devo agradecer, por ter salvado minha vida!!!
- Pode me chamar de Capitão Sashimy, e não se preocupe, não foi nada.
- Capitão Sashimy... irei guardar este nome...é...muito obrigada!
- Como eu disse, não foi nada, apenas ajudei alguém que precisava de ajuda - ele deu um breve sorriso, que deixou a garota com o rosto totalmente corado se virou e levantou voou, sumindo no céu.
A garota, no beco, ficou olhando para o céu, ainda corada, e disse:
- Espero te ver de novo capitão Sashimy, meu HERÓI!
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